RESUMO DA 5ª EDIÇÃO DO DEBATE RADIOFÓNICO: O COMBATE A CORRUPÇÃO NA FAMÍLIA, NA ESCOLA E NA COMUNIDADE.


O professor e investigador Celestino Mwenho em quanto falava a margem da última edição, 18/02, no programa radiofónico Corrupção é Crime, em Benguela, afirmou que a corrupção no seio familiar, em Angola, parte dos bisavôs, avôs e pais.

Na sua visão a génese da corrupção está na família, fundamentando que ela ocorre das gerações mais velhas às mais novas.

Realçou que um dos motivos bases que faz com que a corrupção ocupe um papel de destaque na nossa sociedade é a ausência de Jesus Cristo no coração das pessoas. Segundo acredita, “um coração sem Deus é uma arma carregada e com capacidade de criar espaços para outras formas de corrupção”.

O PAPEL DOS PAIS, ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO NO COMBATE A CORRUPÇÃO

O investigador Celestino Mwenho não se limitou a chamar atenção as famílias, no sentido de priorizarem e reforçarem a educação das crianças, “a corrupção começa em casa e estende-se para sociedade, mas podíamos fazer o contrário, começar a boa educação a partir de casa”, apelou.

No exemplo apresentado, o professor Mwenho fez saber que os pais e encarregados de educação são os principais influenciadores no surgimento da corrupção no seio familiar, “são os pais que muitas vezes aliciam as crianças, partindo da ideia que quando tu compras algo e ocultas da criança o quanto a mesma custou, e com as esposas não é diferente, acontece a mesma coisa”.

Para Celestino Mwenho as famílias desenvolvem um papel extremamente importante no combate a corrupção uma vez que são elas o primeiro núcleo de socialização.

Destacou também sobre a Educação financeira dentro de casa, disse que poucos chefes de famílias praticam esse exercício no seio familiar e os que as fazem, fazem-nas com grandes dificuldades.

“TER E NÃO SER”

“Muitos pais ensinaram aos filhos que o materialismo está em primeiro plano ao invés de ensinar e educar a encarar o materialismo como segundo plano é por isso que também as nossas ambições e as nossas expectativas de vida mudaram”, sublinhou Celestino Mwenho.

 UNIÃO DEVE COABITAR NO SEIO DO POVO

No ponto de vista do professor, “a escola sozinha não terá capacidade suficiente para evitar a corrupção”, portanto, as famílias devem ter a responsabilidade de educar os seus filhos, o professor igualmente é chamado a colaborar, pois, é um educador e o Estado também deve fazer o maior esforço possível para combater este mal.

INTEGRIDADE NA ESCOLA

“um líder deve ser íntegro porque todas as pessoas que são integras têm capacidade de liderar os outros”, afirmou Celestino Mwenho.

No ponto de vista do professor e historiador, há necessidade de “analisar bem essa grande questão de quem é o professor” porque segundo frisa, há uma enorme diferença com o professor do antigamente, em termos de integridade.

Exemplificou os variados casos de desacato as leis que vêm se registando nas instituições de ensino por todo país, especialmente nas de Benguela, “quando o lançamento de um decreto que dizia que o professor que se envolver com as alunas será punido e afastado do Ministério”, falou também a cerca das vagas, “são um caso sério nas instituições, primeiro é que é um sistema muito fechado, segundo é a maneira como indicam os directores”.

Para Celestino Mwenho, “há pessoas que não têm capacidade para dirigir uma escola”, porém, reconheceu a existência de amiguismo nas instituições de ensino, “em seu partido é merecido um cargo para o recompensar”.

“Por esta razão é que muitas instituições hoje têm muitos problemas de notas e certificados”, justificou.

 Admitiu “muitos pais tornam-se participantes activos quando colaboram com essas acções”.

AUTORIDADES TRADICIONAIS

Revelou que existe demasiada corrupção na comunidade “até mesmo nos sobados há actos de corrupção que subornam as autoridades tradicionais”, contou.       

“Quando estamos a falar em corrupção, estamos a falar em todas as índoles”.

O programa “Corrupção é Crime” tem como objectivo reforçar a consciência dos cidadãos sobre os efeitos da corrupção e incentivar o desenvolvimento de uma estrutura jurídica de combate a corrupção.

Texto: Mandy Assureira

Revisão: Luísa Nambalo

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