NOTA DE REPÚDIO SOBRE A FORMA DE COMUNICAR DO EXECUTIVO ANGOLANO


Com bastante preocupação e muita tristeza, a OMUNGA acompanha atentamente o desenrolar dos últimos acontecimentos no país que demonstram claramente uma dificuldade do Executivo em assumir o seu próprio lema sobre fazer mais e comunicar melhor.

Em relação ao fazer mais, o Estado angolano continua a falhar com a resolução dos principais problemas básicos como fome, desemprego acentuado, saúde e educação lastimável, entre outros, consubstanciando-se na incapacidade de resposta e consequentemente flagrante violação dos Direitos Económicos, sociais e Culturais bem como os Civis e Políticos, pois o medo continua a ser o principal instrumento de arremesso aos cidadãos, por parte deste regime insensível. O retrocesso é visível no rosto de vários angolanos e angolanas que ao sair às ruas para fazer o seu sustento diário, demonstram claramente incertezas em relação ao futuro. As conversas em qualquer parte do país são nos mercados informais, serviços de táxis ou quaisquer outros locais de maior concentração populacional, o principal assunto é o acentuar cada vez mais do custo de vida em Angola.

Quanto ao comunicar melhor, é lamentável que o país pague tantos assessores com recursos públicos e com tantos cérebros que existem no seio do partido governante, é impensável e inimaginável a maneira como se tomam as decisões.

O executivo angolano tomou a decisão no dia 1 de Junho de parar de subvencionar os combustíveis e tal decisão entrou logo em vigor no dia seguinte, sem quaisquer justificações fundamentadas, num contexto já bastante difícil para o cidadão.

Ora, como era de se esperar a população que tem sido pisoteada e os seus direitos minimizados o tempo todo, reagiu e com maior impacto nas províncias da Huíla, Huambo e Zaire, até então, sendo que dos relatos que nos chegaram a OMUNGA contabiliza até então 8 mortes entre os quais um adolescente que se junta a tantos outros que perderam a sua vida por uma má atuação da polícia nacional. Até quando senhor Comandante Geral da Polícia? até quando senhor Ministro do Interior? Que os órgãos de defesa e segurança vão deixar de fazer parte da história negra das famílias angolanas!…

O sangue derramado destes pacatos cidadãos, incluindo a de um agente policial, clama por justiça. A polícia nacional de Angola não deve continuar “atirando a matar sobretudo quando se tratam de cidadãos indefesos que tentam simplesmente manifestar o seu descontentamento sobre uma política gizada pelo executivo.

A OMUNGA lamenta todas as mortes que ocorreram nos últimos dias e manifesta a sua solidariedade com as famílias das vítimas.

Por outro lado, a OMUNGA solicita ao Digníssimo Procurador Geral da República no sentido de mandar instaurar uma investigação independente e transparente com o objectivo de identificar os responsáveis dos excessos registados nas províncias acima citadas.

Lobito, aos 13 de junho de 2023

João Malavindele Manuel

Director Executivo

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