“EM ANGOLA NÃO EXISTEM INSTITUIÇÕES SUFICIENTEMENTE FORTES PARA ERRADICAR A CORRUPÇÃO”


Por: Fenícia Somo

Foi no decorrer da primeira edição do ano 2023, da 2ª temporada do programa radiofônico “Corrupção é Crime”, realizado no dia 16 de fevereiro, que o jurista Tchipilica Eduardo lamentou que no nosso país não há instituições   suficientemente fortes para erradicar o fenómeno da Corrupção. Taís alegações surgiram em consequência do tema discutido no programa que tem que ver com “A corrupção no sistema judiciário angolano” cujo objectivo era analisar o envolvimento de altas figuras do sistema judiciário angolano.

O coordenador da Okuveleka, Victorino Roque, no seu primeiro discurso disse que a tipologia da corrupção que impera em no nosso país é de carácter sistêmico estrutural.

Ainda é necessário que se faça um trabalho aturado, trabalho este que incida fundamentalmente sobre a consciência dos cidadãos na generalidade, não se pode pensar que uma única instituição tal como ministério público pode ajudar ou pelo menos mitigar a corrupção a um nível zero, é quase impossível pensar assim “, disse Roque.

Já o sociólogo Melo Chanja, avançou  que é preciso  criar condições para que este processo de combate à corrupção  se efetive porque é um fenómeno  que enferma a sociedade.

Adiantou ainda que   a corrupção em si  é um cancro que enferma a própria sociedade. Se olharmos para sistema judicial na sua totalidade, um elemento fundamental para materialização destes objectivos, o seu funcionamento anormal vai condicionar a persecução deste objectivos”. Este fenómeno que de forma indireta ou direta atinge a todos e preocupa-nos olhando para aquilo que é a realidade social”, realçou Melo.

O jurista Tchipilica Eduardo na sua abordagem reforçou também que a corrupção é um fenómeno que abrange um leque de crimes conexos, que fragilizam efetivamente o desenvolvimento dos estados, e que não se pode  só  olhar para a justiça, porque o fenômeno da corrupção é um problema social.

Intervenções dos internautas

Kakumba Nito “  Muito bom dia, aos apresentadores, e bom dia especial para os painelistas ou convidados em estúdio. Sobre o tema em questão, há muito que se possa dizer, sendo que é um mal que está visível e afecta a todos nós, mais com o apoio de todos cidadãos, conseguiremos ultrapassá-lo, desde que haja vontade entre os envolvidos”.

Domingos Vicente – “ saudações patriotas. Enquanto quem governar for esse “Ente” que tudo e a todos partidariza, a justiça será sempre está “injusta e corrupta”, os angolanos desde os doutores em estúdio, precisam amar mais esse país, assim estarão em prontidão para combater até cair esse sistema que tornou o país corrupto”.

Intervenções dos ouvintes

Raimundo tchiculula- “ Todo poder está centralizado numa só pessoa, que é o nosso presidente João Lourenço, tudo ele é que faz e manda, se tivéssemos primeiro ministro como naquele tempo, eu acho que minimizaria a corrupção, pois nós estamos a ver esse sistema de governo do MPLA, são grupinho que tudo passa na mão deles e o problema é o sistema, esse sistema tem que sair do poder se não estamos todos paidos “.

Conclusões

 Melo Chanja, concluí que as consequências da corrupção, se resumem nas dificuldades que as comunidades vivem. Para ele, o fundo que vai à destinos incertos se fossem bem aplicados resolveria algumas situações que de certa forma iria minimizar algumas dificuldades.

 “A educação é a chave do sucesso, temos que trabalhar muito e investir no homem, e criarmos as condições básicas, para que o mesmo possa na verdade ter acesso aos bens necessários para sua sobrevivência”.

Já o jurista Tchipilica concluiu que é preciso mudar as consciências e alterar a nossa conduta. Porque as consequências da corrupção é a pobreza extrema e má governação.

E nesta senda o Dr. Victorino Roque, finalizou dizendo que nenhum investidor sério no mercado vai escolher um país que está perfeitamente marcado com práticas dessa natureza, o que se precisa é fazer correção da nossa imagem, e essa correção deve começar pelos lugares importantes, como a casa civil do presidente da república, deve haver lisura na transparência.

“É preciso que esta política de combate a corrupção surta já algum efeito positivo na vida dos cidadãos e os governos províncias têm de agir com transparência”.

Lembrar que o programa radiofônico corrupção é crime, tem como objectivo incentivar o desenvolvimento de uma cultura jurídica de combate a corrupção, e conta com o apoio da MISEREOR. 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

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