BAIRRO DO MATADOURO EM BENGUELA PODE DESAPARECER COM A EXTENSÃO DA MARGINAL DA PRAIA MORENA ATÉ À FOZ DO RIO CAVACO


Centenas de famílias do bairro matadouro, município de Benguela correm o risco de perderem as suas residências por conta da extensão da marginal da praia morena. Aquele bairro, pode desaparecer a qualquer momento para dar lugar a tão famigerada marginal milionária no quadro do programa emergencial avaliado em 415 milhões de euros.

Se por um lado o Governo de Benguela sonha em ter uma província colorida, por outro lado, os cidadãos do bairro matadouro estão preocupados com um futuro tenebroso, com um destino incerto, uma vez que o discurso da retirada dos moradores e às demolições de residências parece irreversível.

Neste momento, têm as suas casas assinaladas com X1, XL que segundo eles trata-se de um símbolo de demolição.

Durante a visita feita por uma equipa da Omunga, na última quarta-feira, 03, em consequência desta situação, os moradores afirmaram de forma peremptória que não foram consultados nem tão pouco conhecem o local onde serão reassentados. Ainda durante a visita da equipa da Omunga naquele bairro, constatou-se que os mesmos sobrevivem da pesca, como principal fonte de rendimento e sustento, pelo que chamam atenção ao Governo, em caso de reassentamento.

Eles dizem que nós vamos sair do bairro, mas não nos falam onde realmente vamos. Nós estamos numa área onde temos acesso a tudo e o senhor governador não negociou connosco. Senhor governador, venha conversar com o pessoal do matadouro ou vai ter que nos matar dentro das nossas residências”, ressaltou o senhor Martinho Kamalata, que vive há mais de 20 anos no matadouro.

Os moradores afirmaram que a marginal vai ligar o bairro matadouro à foz do rio Cavaco, algo que segundo eles não faz sentido nenhum retirar pessoas das suas zonas onde podem desfrutar de quase todos os serviços mínimos para colocar estrada e passeios.

O Sr. Marcelino acredita que o Governo de Benguela não fez um estudo profundo quando pensou em erguer a marginal da praia morena e para a sua extensão em pensar desalojar famílias já bem constituídas.

O Governo não fez um bom estudo porque nós sobrevivemos da pesca porque é ali a nossa fonte de rendimento… Peço encarecidamente aos membros que tutelam o país que pensem com maior cautela nesta situação. Nós estamos preocupados porque as pessoas que estão a nos representar é mais pelos interesses políticos”, rematou o jovem Marcelino que vive há 22 anos no bairro do matadouro.

Segundo alguns dados que a OMUNGA teve acesso de um jornal digital “VOA”, o Governo Provincial de Benguela promete igualmente distribuir casas nas centralidades, mas moradores dizem que não há capacidade para rendas mensais entre 30 e 45 mil Kwanzas, quase cem dólares norte-americanos.

Sobre esta matéria, a OMUNGA pretende ouvir o Governador nos próximos tempos.

Ouça aqui:

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