01 de 11 de 2018
Texto de : Avisto Mbota
Com Objectivo de levantamento e divulgação dos problemas das comunidades para a sua resolução. As associações ANO e Omunga, realizaram no dia 23 de Outubro, uma visita às comunidades do Curoca afectadas pelo projecto agrícola Horizonte 2020, afim de fazerem a actualização das informações a respeito das famílias que perderam as suas terras, encontro com a empresa e por último encontro com as famílias que se queixam de dificuldades desde a implementação do projecto..
Durante os trabalhos, manteve-se contacto com as famílias que foram desalojadas localizadas há mais de 30 km do local anterior, onde se procurou saber das mesmas, os critérios e negociações que foram levados em conta. Apesar das negociações as famílias estão insatisfeitas pela falta de condições do local em que foram colocados por não oferecer condições para as crianças estudarem, e ainda lamentaram sobre o incumprimento da empresa em concluir com a entrega dos meios que se comprometeu fornecer às famílias.
Manteve-se ainda um encontro com o responsável máximo em exercício do projecto, o senhor Mário Rodrigues, onde se procurou saber sobre o processo de desalojamento e reassentamento das famílias que estavam dentro do limite das terras abrangidas pelo projecto. O mesmo contou que cada família desalojada recebeu uma porção de terra de 2 hectares, materiais de construção como chapas principalmente para as suas novas residências, quatro cabeças de bois e 100 Kg de sementes de massango. Adiantou ainda que no local existe uma área que era usada para cemitério, apesar das comunidades não serem admitidas a realizarem enterros no local, são autorizados a visitarem normalmente os túmulos de seus familiares.
Do outro lado do projecto encontra-se a comunidade nativa que apesar não perderem as suas terras, lamentam o bloqueio do rio causado pela empresa. Os membros das comunidades, mostraram um grande descontentamento e indignação por conta das barreiras que o projecto trouxe não só para os cidadãos como também aos seus animais, já que o curso do rio foi desviado e têm encontrado muitas dificuldades no acesso à água principalmente.
Para além do Curoca, no dia 24 as organizações visitaram a comunidade do Omwongo, onde realizaram trabalhos de auscultações as comunidades afectadas pelos desalojamentos, e as em conflitos de terras.
A companhe os vídeos:
A problemática dos desalojamentos no Cunene
A problemática das terras no Cunene: