Texto produzido pelo cidadão Assis I. Baltazar Capamba
Antes, isto é, no período de transição para a independência de Angola, em 1975, quando estávamos todos juntos e misturados, decididos a levar os nossos próprios destinos para um futuro promissor, altura em que não se faziam estas tristes campanhas actuais de diabolização até à exaustão por meio da mentira e calúnia, como a direcção do MPLA está a fazer com comunicados e desmentidos do seu Comité Central ou Bureau Político, apenas para destruir a imagem do Presidente da UNITA Adalberto da Costa Júnior.
Um grandioso acto de massas, as gentes do Planalto Central de Angola, para em cerimónia desportiva e cultural apresentarem a contribuição dos seus melhores filhos para a condução do seu País, Angola. Num ambiente festivo, a melhor forma escolhida para a concretização deste objectivo foi a realização de um evento virtual de futebol seguido de uma Gala cultural com toda a população local em comunhão com as restantes populações das Províncias de Angola e os recém regressados da diáspora.
A Equipa dos naturais e amigos do Huambo é composta por:
- Manecas Leitão “Kangato)”, conceituado guarda-redes oriundo de Benguela e irmão do famoso avançado do Ferrovia do Huambo, “os Kuricutelas”, Arlindo Leitão.
- António Urbano “Tchassanha” do Bailundo
- Lúcio Barreto Lara “Tchiueka”
- Daniel Cassoma “Lutukuta” e
- Costa Andrade “Ndunduma We Lepi”, o grande trovão
- Daniel Júlio Chipenda, no meio campo
- António dos Santos França Ndalo
- Cidálio Gonçalves Fernades “Mõla Suku”, Filho de Deus. Cidálio, originário de Trancoso, Portugal, viveu e estudou no Quito-Bié, transferindo-se para a Vila Graça em meados dos anos 60, notabilizando-se além do futebol pela dimensão do seu trabalho no desenvolvimento do eixo Chiva – Vila Graça – Bomba Alta e S. Bartolomeu, na formação social e estudantil das populações ao lado do mestre Rogério Estrela da Escola Industrial e Comercial Sarmento Rodrigues e sua esposa a Professora Maria de Lurdes Estrela.
A linha de ataque é composta por:
- Seninho, ex-jogador do Futebol Clube do Moxico
- Jonas Malheiro Savimbi
- Jaime Laurindo Chimalanga, o jovem dos cruzamentos em trivela
Treinadores da equipa: Teixeira da Costa “Migalhas” e Ernesto Álvaro Suquete, o nosso “Matateu Maia”.
A Selecção do resto de Angola é formada por:
- Pedro Benje
- Tandu
- Ndongala
- Hinguila
- Salviano
- Sabino
- Daniel Ndunguidi
- Chico Negrita
A linha de ataque, surpreendentemente, alinha na ala direita, 9. José Eduardo dos Santos “Zédu”, substituindo o favorito Lopo de Fortunato Nascimento.
Nº 10 o ponta de lança, é Rui Jordão do Sporting de Benguela e do Sport Lisboa e Benfica, com Joaquim Dinis o “Brinca na areia” na ponta esquerda.
Treinadores da Selecção do resto de Angola: Chico Ventura e Oliveira Gonçalves.
O encontro é dirigido pelo árbitro Casimiro Franco, do CFB, oriundo do Bairro da Chiva do comerciante e vereador da Câmara Municipal do Huambo, Manuel Gregório Mateus “Kalinone” pai do revolucionário Mateus Katalayo. São juízes de linha do árbitro Casemiro os árbitros Luís Adelino “Piton” do Bairro Benfica e Fernando Maria do Bairro S. José, ambos antigos estudantes da Escola Industrial e Comercial Sarmento Rodrigues.
A organização do encontro está sob a presidência da Associação de Futebol do Huambo, coordenada por Jorge Gonçalves da Farmácia Sánitas, coadjuvado pelos jovens Assis Capamba, Anibal Salumbo e Manuel de Almeida bem como as Associações dos bairros limítrofes que vão desde a Munda no Miradouro Sakaala ao Bairro Makolokolo-Utalamo do nacionalista Jeremias Máquina Mukinda, assim como das representações municipais do Huambo com Zacarias Sambambi dos Palancas em evidência, o velho Cintra da Munda e vários outros Delegados Municipais representados na Gala da Consagração da Independência de Angola, com destaque para a Junta Governativa do Governo de Transição liderada pelo Almirante Rosa Coutinho.
Do estrangeiro, Mário Pinto de Andrade e o seu irmão Padre Joaquim Pinto de Andrade, trazem como convidados personalidades afro-americanas e pan-africanistas da conceituada revista francesa Présence Africaine, dirigida por Alioune Dioup, Amadou Hampâté Bá o autor da sabedoria do Camaleão, Cheke Anta-Diop e outros distintos convidados.
Holden Roberto, Ngola Kabangu, Saidy Mingas e o Dr. Alberto Neto discutem assuntos relacionados com a sua vivência no estrangeiro e como aplicá-la na cultura do nosso País no futuro. Os primeiros Chefes de Estado Maior dos Exércitos da FNLA José Kalundungu e do MPLA Manuel dos Santos Lima, sob o olhar atento de Samuel Chiwale, Waldemar Pires Chindondo, Monstro Imortal, e do Comandante António Angelino Mvula Neto da FNLA, pai do nosso amigo de Paris Mvula Neto “Cadet” e tio do Engenheiro Mombaka da Bélgica, bebem da experiência da Luta de Libertação Nacional.
Os Grupos de Trabalho são compostos, na sua maioria, pelos experientes organizadores da Missão Evangélica Congregacional do Planalto Central, com a presença dos Pastores do Norte de Angola como o Reitor de Instituto Curie do Dondo, Emílio de Carvalho, hoje o actual Bispo Emérito da Igreja Metodista, do Pastor Germano de Almeida com seus filhos Generoso, Paulo de Almeida, actual Comandante Geral da Polícia Nacional, antigos alunos da Missão do Dondi, assim como outros estudantes oriundos de várias partes do País que se valorizaram como ilustres estudantes do Quadro de Honra da Missão, caso de Samuel Abrigada da FNLA, o Embaixador Domingos Kololo de Kibokolo e outros além dos correligionários Eugénio Ngolo, Manuvakola, Cornélio Kalei, Daniel Kambalanganja, Dario Katata, o poliglota Eliote Kangurete, Anacleto Ferramenta, etc., Isaías Celestino Chitombe, o último Presidente da Juventude da Igreja Central que dinamizou o intercâmbio entre as Delegações da Juventude do Planalto Central. Não me recordo se no encontro ecuménico realizado pela Juventude da Igreja do Huambo o actual presidente da República João Lourenço fazia parte da Juventude do Bié, nem da presença do antigo Primeiro Ministro Marcolino Moco como convidado no encontro de confraternização nas Pedras do Kandumbu.
Nas festividades do evento desportivo e cultural, o Clero Católico, era encabeçado pelo Bispo Francisco Viti e o recém-nomeado Bispo Zacarias Kamuenho, ladeado pelos antigos estudantes do Seminário Maior do Huambo, agora Militares do Exército com as patentes que vão de Furiéis Milicianos a Alféres, como o actual General António José Maria, Adelino António e outros, que discutem Filosofia e Religião sob o olhar dos Padres Bernardo Bongo e Luís Kondjimbi mais experientes nesta matéria.
O Cardeal Alexandre do Nascimento, como bom Malanjino do Késsua desenvolveu um tema que lhe é característico sobre as origens da Raínha N’Zinga Mbandi, matéria muito sensível e do gosto do escritor e poeta Manuel Rui Monteiro e do seu amigo e compositor artístico Rui Mingas, os autores da canção “Os Meninos do Huambo vão aprender a fazer uma bandeira”, aplaudidos por Nzau Puna, Almerindo Jaka Jamba, Toni da Costa Fernandes, António Faria de Assis e pelo grupo dos regressados dos maquis, Joaquim Kapango e Albano Machado, do soba Lambu do Kuma; Kaposso e outros.
O Profeta Simão Gonçalves Toko com a sua enorme estatura e charme, ri-se desalmadamente ao ouvir as preces da mãe do Ricardo Vita a orar pela Profetisa Kimpa Vita originando troca de mimos entre o Escritor José Luís Mendonça e o Professor Filipe Nzau de Cabinda.
Há um grande grupo de trabalho composto por Pastores da Missão do Dondi, Jessé Chipenda, seu filho José Chipenda, Fonseca Mussili e seu filho Frederico Mussili, Oliveira Epalanga e os conceituados Professores Eduardo Jonatão Chingunji com os seus filhos Samuel Jonatão Piedoso Chingunji “Cafundanga”, antigo Chefe de Estado Maior da UNITA, o Patrono da JURA David Jonatão Chingunji com sua mochila às costas como Patrono da Juventude da UNITA, Tito Chingunji e genro do patriarca Fernando Wilson dos Santos. Os Professores Bonga, Tertuliano Raul Capamba, Malãvoloneke, Muteka, Florindo Sachiambo, Malaquias, Tavares Hungulo Jamba, Mateus Chicoti, Jeremias Bandua, Jerónimo Elavoko Wanga, Jeremias Chitunda, Samakuva, etc., em discussão aberta com Dr. David Bernardino o médico do Povo, com intervenções de tempos em tempos do Engº Fernando Marcelino o rei do milho da Chianga e, esporadicamente, Alexandre Dáscalos, apimentava a conversa com tiradas filosóficas, tudo para o bem dos Angolanos. A primeira parte do encontro foi bem disputada excetuando o último lance, no último minuto, em que ficaram lesionados o guarda-redes Manecas Leitão e o avançado Rui Jordão. Toda a massa associativa aguardou o lançamento da estrela nacional do futebol angolano,Kavunji, do Sport Lisboa e Benfica propagandeado pelos jornalistas Adelino dos Santos “Betinho” e José Carrasquinha do programa da Radio Nacional “Kudimbanguela”, assim como estavam expectantes com a exibição de David Dachala da Bomba Alta, substituto de Manecas Leitão. Terminado o encontro de futebol realizou-se um acto cultural abrilhantado pelos conjuntos I Don Fernando e Cadência Sete dos irmãos Nelson Freire dos Santos e Toninho Batalha dos Santos, Armindo Lucas Paulo, hoje Lukamba Gato, Samuel Chivukuvuku, João Monteiro Epalanga e Valdemar Bastos. De salientar que no intervalo do jogo, estando o encontro empatado como referido, o jovem Armado Augusto Machado, com aquela vontade que lhe é característica, incitou os jovens do Planalto Central para defender com toda a sua honra a nossa ancestralidade e ganhar o encontro por todos os Angolanos. “Têm que dar o litro” insistia o Machadinho apoiado por João Lara da Livraria Lello. Como ainda tínhamos o batuque para divulgar a mensagem a todos os cantos da Província, o conjunto os Tequilas da Bomba Alta em coordenação com o Grupo Cultural dos Otchingadjis do Soba Tchavala do S. Bartolomeu, continuaram a abrilhantar o “show”.
Na Tribuna de Honra o Dr. Agostinho Neto e os membros convidados não manifestaram quase nenhuma empatia com o evento subentendendo-se que foi a partir deste momento que o Almirante Rosa Coutinho decidiu entregar o poder ao MPLA por achar que este defenderia melhor os interesses de Portugal e do Socialismo soviético em Angola.
Esta grandiosa actividade politico-cultural foi patrocinada por Manuel Vinhas da Companhia União de Cervejas de Angola “CUCA” e pela Organização M’Bakassi e Filhos da Caala. Teta Lando, o musico da “Negra de Carapinha Dura”, Urbano de Castro, David Zé e os músicos da Diáspora, além de Diplomatas e Jornalistas notabilizaram-se Baceló de Carvalho “Bonga”, Samanguana, o duo Pepito e Nono Manuela, o jornalista André Massaki, Pascoal Luvualu e Emanuel Kunzika, os Diplomatas Dombele Bernardo, Fernando França Van-Dunen vindo de Addis-Abeba da Organização da Unidade Africana, John Marques Kakumba, Ruben Chitakumbi em conversa com o Comandante Nito Alves, José Van-Dunen e Iko Carreira.
A divulgação do encontro nos órgãos de comunicação social e do relato do encontro em Português esteve a cargo de António Ribeiro Cristovão com comentários de Fernando Gabriel Antunes “Congo”. Em Umbundo, por Lino Pessela e Fernando Queirós Mussili com comentários de José Sequesseque.
“Com a Casa Latina otoloko sempre!”
Lisboa, 25 de Maio de 2021
Assis I. Baltazar Capamba
Ex-Director de Gabinete do Ministro de Hotelaria e Turismo
Ex-Representante da UNITA em França