As declarações foram feitas durante a primeira edição do Debate Universitário, realizado neste Sábado (29), pela Omunga no âmbito do projecto Corrupção é crime, em parceria com a associação deos estudantes do instituto superior politécnico Jean Piaget de Benguela. Onde teve como o pano de fundo “ O papel das Universidades na prevenção e combate à corrupção.
Na ocasião, o prelector do encontro, o penalista Hermínio Rodrigues, disse que falar do papel da Universidade na prevenção e combate à corrupção é necessário primeiramente não esquecer o conceito de Universidade, e saber o seu papel no tecido social. O penalista disse que a universidade é mais do que uma escola, é uma instituição social que incute no cidadão de um país a mais legítimas aspirações de elevações não só técnico-científicos, mais também ética e moral.
Hermínio Rodrigues, falando sobre o combate à corrupção disse que quando se quer esperar uma prevenção e redução é importante caracterizar o objecto da nossa intervenção; disse também o penalista, que a corrupção existe nas sociedades por que ela é inerente a condição humana e revela-se como um fenômeno social transversal a todos os sectores.
“ Os comportamentos anticorrupção não começam nas políticas governamentais, não começam na educação da escola, não começam em programas pilotos para educar, mas sim em cada indivíduo”, disse.
Falando sobre o papel das universidades no combate e prevenção ao fenômeno da corrupção, Hermínio Rodrigues, disse que é importante que as universidades transmitam valores e não apenas conhecimentos técnicos, e acrescentou que as tarefas das academias são de contribuir para a formação do ser humano na sua integra. Defendeu também o penalista, que as universidades devem adoptar, construir, modelos de cidadania porque ser um cidadão é muito mais do que ter um bilhete de identidade, é uma forma de inserção social, e é a relação com o estado e com outros concidadãos.
Ainda na mesma linha de pensamento, o penalista, Hermínio Rodrigues, disse que as universidades devem dar exemplos em termos de prevenção e devem também instituir mecanismos que inibam as práticas de corrupção, e só será possível debelar a pratica do fenômeno se estas iniciativas partirem dos próprios intervenientes (docentes e discentes).
“O que as universidades devem fazer para prevenir a corrupção é fazer o seu papel social que é promover a investigação, consciencialização, debates acadêmicos; as universidades devem ser apolíticas, apartidárias, ela é um espaço de reflexão livre e de ciência”, disse.
Na sequência do seu discurso, Hermínio Rodrigues, disse que para reprimir a corrupção é necessário e urgente que as universidades adoptem medidas punitivas para actos visíveis de corrupção que sejam detectados no seio das universidades, porque a corrupção é algo que atenta contra o homem comum e esse é um dos problemas estruturais da sociedade angolana no seu todo. Umas das coisas que as universidades podem fazer é motivar os estudantes do ensino superior a serem influenciadores nas suas comunidades para pessoas menos esclarecidas, ou seja, devem adoptar comportamentos que geram mudanças, fomentar que o estudante seja um provocador de espirito crítico.
Após o debate, os participantes aproveitaram falar sobre o que puderam aprender, como é o caso do jovem Luciano Baleia, que disse que saiu do encontro mais consciente das suas responsabilidades enquanto membro da comunidade.
Já o presidente da associação dos estudantes do Instituto Superior Politécnico Jean Piaget, Turíbio Sita, disse que a comunidade Piagetina está satisfeita com a iniciativa da Omunga e que tudo será feito para que o projecto continue. Questionado sobre o que dever ser feito para a criação de medidas punitivas para actos de corrupção, Turíbio Sita, respondeu que o diálogo deve ser a primeira porta de saída para a resolução de problemas, e acrescentou dizendo que a corrupção corrói toda a sociedade e as instituições não estão a quem disso, por isso que a associação dos estudantes está a criar uma cultura jurídica por formas a precaver problemas desta natureza.
Entretanto, Turíbio Sita, espera que haja maior entrega da juventude universitária nas próximas edições dos debates e que os mesmos sejam disseminadores das suas comunidades daquilo que se vai absorvendo nos debates futuros. De realçar que o debate universitário é uma actividade do projecto corrupção é crime levado a cabo pela associação Omunga e será realizado quinzenalmente no Instituto Superior Politênico Jean Piaget de B