RESUMO DA 28ª EDIÇÃO DO PROGRAMA RADIOFÔNICO “CORRUPÇÃO É CRIME”


No dia 03 de Fevereiro, a Omunga no âmbito do projecto corrupção é crime , realizou a 28ª edição do programa radiofônico, onde abordou a temática sobre “COMO PREVENIR A CORRUPÇÃO EM ANGOLA NO PERÍODO  ELEITORAL”

Em estúdios estiveram: António de Carvalho,sociólogo e Martins Domingos ,Secretário Provincial da CASA-CE.

O Programa contou com a moderação de Donaldo de Sousa e Carmen Mateia.

Para dar início no seu discurso, o secretário provincial  da coligação CASA-CE em Benguela, Martins Domingos, defendeu  que em Angola não é possível  prevenir à corrupção,mas sim minimizar. O secretário afirmou também que para prevenção do fenômeno  da corrupção  é necessário que haja um estado democrático onde as instituições públicas funcionem,onde haja a despartidarização dos vários órgãos do governo.

“  O estado angolano foi capturado,  foi sequestrado; o país transformou-se num rio de miséria ”, disse.

Já o sociólogo  António Carvalho, caracterizando o tema e rebatendo o discurso do secretário provincial da CASA-CE , Martins Domingos,  disse que não existe em Angola instituições que vêm rotuladas com a bandeira  do MPLA ao ponto de criar confundibilidade  com uma instituição pública. António Carvalho  disse também que é necessário  que os partidos políticos abandonem os discursos populistas. Carvalho foi mais longe ao dizer que  a coligação da CASA-CE não tem uma identificação partidária, porque só aparece nas épocas eleitorais.

“ A coligação da CASA-CE não tem militantes, não tem zonas históricas  de região de militantes votantes, é um partido que aparece  por força de líderes que comunga  uma identidade pluralista ao nível das sociedades ”, relatou.

Martins Domingos discordando das palavras do sociólogo António Carvalho, disse que a CASA-CE faz o papel de partido político  e não é verdade que só aparece em épocas eleitorais tal como disse o seu colega de painel. O secretário disse ainda que o partido na situação, o MPLA,tem confundido os cidadãos, ou seja, não tem levado os seus militantes às reflexões de programas e de manifestos eleitorais para elevar o grau de participação efectiva no exercício da cidadania.

“O MPLA tem militantes falsos e que só aliaram-se à este partido em função do  dinheiro, cargos públicos” Rebateu.

E falando sobre a temática em abordagem,o sociólogo António Carvalho, disse que existem comportamentos  que não devem ser gizados durante o pleito eleitoral, como a  questão dos patrocínios ou  financiadores dos partidos políticos durante a campanha eleitoral. O sociólogo continuou dizendo que o principal financiador das campanhas eleitorais  é o estado , o segundo  são indivíduos que se identificam com os partidos políticos.

“ Os partidos políticos durante o processo eleitoral não devem recorrer às instituições públicas para pedir financiamentos ”, manifestou.

Martins Domingos fazendo uma  análise  profunda do tema respondeu que a corrupção eleitoral parte sempre na preparação do próprio processo eleitoral, e disse também que as eleições começam com o registo eleitoral e não com actos de votações. O secretário Provincial da Coligação da CASA-CE, afirmou que João Lourenço cometeu o crime de corrupção eleitoral durante o lançamento da Agenda Política do MPLA para o ano 2022, em Menongue, província do Cuando Cubango, sobre aumento do salário mínimo nacional e o ajuste  do salário da função pública nas vestes de líder do partido MPLA.

Ainda na mesma ideia, Martins Domingos, é de opinião de que nos tempos eleitorais os partidos políticos não devem ter programas sociais, ou seja, distribuição de bens aos cidadãos ,mas sim estruturar  programas eleitorais, de governação, para elevar o nível  de socialização do povo.

Respondendo as provocações do secretário provincial da CASA-CE, António Carvalho, disse que é preciso saber  que existem acções e programas que não  podem ser  confundidos  com a  fraude eleitoral, ou seja, os partidos são instituições  políticas e logo, a suas vocações  não estão  só direcionadas às eleições.

As opiniões dos internautas :

Como não deixaria de ser, os internautas que acompanharam o debate a partir da página do facebook da Omunga deixaram alguns comentários sobre a temática.

Laurindo Samanjolo: Bom dia caros ouvintes da radio Ecclesia, a juventude já sabe que o cancro do nosso país é o partido estado que governa Angola que tem perna mais não anda,depois de muitos anos de desgovernar merecem ir descansar e cuidar dos seus netos, porque o país precisa de um presidente jovem e visionário.

António Major Sampaio Korvo: Bom dia ilustres convidados, esta de parabéns a equipe da Omunga pelo tema! Gostaria de saber o porquê que o partido no poder não cria a sua TV , tal como a UNITA fê- lo? Pergunta dirigida ao Dr Carvalho, é necessário que haja reconciliação nacional para tal é necessário que a CNE se tire do manto partidário, para combater a fraude eleitoral tende houver uma CNE- comissão Nacional eleitoral independente deste modo a fraude cairia por terra.

Mwene N’Dala : Tentemos pelo menos minimizar os danos da corrupção ,porque ao que me parece já é muito tarde para prevenir a corrupção. Este país foi programado propositadamente para isso, a captura das instituições públicas pelo partido é uma autêntica prova disso. Devíamos ter vergonha de vir à público e defender quem desgovernou este país por quase meio século.

 Wilson Wakulucuta Calumbombo Kapita : Saudações fraternais! Importa salientar que é dificílimo combater pois existem muitos entraves, o presidente da comissão Nacional eleitoral não esta ai por unanimidade, por outra as empresas contratadas para o processo eleitoral estão maculadas, outrossim não chamaram os opositores para darem os seus pareceres ,para se saber quais são os seus intentos.

O aumento é sim corrupção pois nas vestes de presidente da República negou dizendo que não há recursos, como presidente do MPLA diz que há. A imprensa esta ao favor de um só partido , é crucial que haja um tratamento igualitário.

Dando seguimento ao debate, a moderadora  Carmen Mateia, perguntou aos convidados,  como as sociedades de modo geral podem se engajar para prevenir ou minimizar os actos de corrupção na era eleitoral?

O sociólogo António Carvalho,acredita que o reforço do acto de cidadania perante os eleitores é uma das formas para ser prevenir ou minimizar os actos de corrupção, e que  esta tarefa é do tribunal constitucional  que rege  o processo , é  da CNE e dos partidos políticos.

“ Somos todos chamados a participar no  avanço do  país, afinal de contas quando eu falava da campanha permanente estava  dizer que são aqueles actos que os partidos políticos realizam durante ao longo do tempo.Toda e qualquer actividade que um partido vai realizando,não importa de que dimensão ela é, procura sedimentar, aproximar o eleitorado com o seu próprio partido ”, disse.

Martins Domingos  por sua vez , disse que desde 1992  que o partido da situação o “MPLA”, nunca concorreu com a oposição; Para ele, os partidos da oposição têm concorrido com o estado,ou seja, é o mesmo partido que usa a educação, saúde, polícia e até os tribunais para  suas campanhas eleitorais.

“ O MPLA não tem militante, ele usa as instituições do estado  para fragilizar os concorrentes”, disse.

Ainda no mesmo pensamento, o secretário provincial da CASA-CE , disse que o partido MPLA não tem a capacidade de mostrar de forma rigorosa os programas que podem ser  implementados para elevar o nível de desenvolvimento do cidadão, e única coisa que está fazer neste momento é corromper. Disse ainda Martins Domingos que  para se evitar nesta altura a corrupção eleitoral é  reformar o estado.

“Todos os projectos prometidos pelo MPLA falharam em sacos rotos, por exemplo, a califórnia de Benguela e os 500 mil empregos  ”

Espaço ouvinte: O ouvinte Raimundo Chipulundunda, acompanhando atentamento os discursos dos convidados do programa,  disse que é muito triste o que tem visto nos últimos tempos sobre alguns partidos políticos que  oferecem  meios rolantes para os cidadãos, que para o ouvinte, significa um acto de propaganda para que futuramente se possa ter vantagens nisso.

Já ouvinte,  Lucas Katiavala,  afirmou que é o momento de começar a repensar Angola sem apontar o dedo à nenhum partido político.Para ele, em Angola ainda não existe democracia, o partido da situação usurpou o poder e fez com que nenhum cidadão se revisse na actual governação.

Já em gesto de conclusão, o sociólogo António Carvalho, disse que o processo do combate à corrupção é da responsabilidade de todos, e que o país está caminhar numa democracia, e é importante respeitar as diferenças para  todos os cidadãos e militantes que queiram defender um partido.

O secretário provincial   da coligação CASA-CE,Martins Domingos, concluiu defendendo que o IGAE não está combater à corrupção mas sim está fazer apenas um teatro. E aconselha alguns gestores das escolas públicas para que se abstenham das actividades políticas dentro das instituições  de ensino.

O Debate Radiofônico sobre a Corrupção é realizado quinzenalmente a partir das 8h30 minutos na rádio Ecclesia de Benguela e conta com o apoio da Misereor.

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