“SE NÃO SE INSTITUIR AS AUTARQUIAS LOCAIS, CONTINUAREMOS COM OS MESMOS PROBLEMAS”, SUBLINHOU O ACTIVISTA, SOMA KAPINALA


Os bairros do Curtume e Cerâmica, em Luanda, acolheram, na tarde deste domingo, 18 de Junho, debates comunitários em torno da temática corrupção.

Sob a moderação da jornalista, Janeth Meio-Dia, o debate no Curtume, bairro situado no município do Cazenga foi uma realidade, na qual se abordou sobre o estado da corrupção no seio da juventude angolana e sobre o papel do deputado. O mesmo contou com a prelecção  da deputada da bancada parlamentar da UNITA, Ariane Nhani e com a participação de vários jovens residentes.

Já na Cerâmica, bairro localizado em Cacuaco debruçou-se sobre o papel das instituições do Estado no combate a corrupção política para construção do Estado democrático e de direito, tendo como prelectores, os activistas, Soma Kapinala e Manuel André.

O professor e activista, Soma Kapingala começou por desmistificar a diferença existente entre o Estado e o governo, referindo que o Estado é uma sociedade politicamente organizada composta por território, população e poder político. Por sua vez, o governo, também tido como poder político, é o conjunto de cidadãos organizados que têm a responsabilidade de administrar os bens públicos.

Disse ainda, que “todo serviço administrativo tem um fim único, que é a prossecução dos interesses do povo”. Em contrapartida, fez saber que há um certo descrédito nas instituições públicas angolanas por parte da população, ou seja, “as pessoas não acreditam nas instituições” porque entendem que existem lugares reservados para as elites.

“O angolano percebe que por mérito ele nunca vai chegar lá, ele precisa comprar lugar”, justificou.

Questionados sobre as formas de combate a corrupção, o activista e gestor, Manuel André afirmou que uma das vias é a conservação da nossa dignidade humana. “Só conseguiremos vencer a corrupção quando tivermos valor.”

Acrescentou de igual modo, “deve se investir em canais de denúncia seguro”, pelo que, lamentou o facto de Angola não ter órgãos de comunicação social que ajudam na denúncia de casos de corrupção.
Por outro lado, o professor e activista, Soma Kapinala considerou ser preciso pautar pela prática, concretamente implementando as autarquias locais, “se não se instituir as autarquias locais, continuaremos com os mesmos problemas”, sublinhou.

Correlação ao contributo que cada cidadão deve dar para termos uma Angola plena, os oradores referiram, que Angola carece de um governo que olhe para o povo como o centro das atenções, outrossim, o governo deve instituir ensino de qualidade no país e cada cidadão deve participar activamente para o crescimento da nação, ensinado aquilo que sabe e dando o seu contributo moral.

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