FAMILIARES DAS VÍTIMAS DO 5 DE JUNHO LAMENTAM A FALTA DE RESPONSABILIZAÇÃO DOS AGENTES ENVOLVIDOS NA MORTE DOS SEUS PARENTES


A OMUNGA realizou ontem no hotel M´Ombaka, em Benguela, a conferência de imprensa que teve como o epicentro “as mortes do dia 5 de junho de 2023 na província do Huambo, com um registo de 9 mortos de pessoas inocntes e 1 ferido gravemente dos 9  temos a destacar a morte de  uma criança de 12 anos.

Um evento que juntou jornalistas de diversos órgãos privados e pessoas singulares revisitou um assunto  que envolve agentes da polícia Nacional na província do Huambo que dispararam contra os manifestantes mototaxistas no dia 5 de Junho de 2023 que protestavam contra a subida dos preços dos combustíveis como também os acontecimentos que houve dias antes da manifestação, isto é, no dia 3 do mesmo mês. Desde o sucedido, os familiares nunca foram  ouvidos pelo órgão competentes.

O jovem Jerónimo António, é irmão do Luís Camuango que foi baleado na  região da face e teve a morte imediata,  contou que se sente injustiçado  pelo que aconteceu uma vez que os autores dos disparos continuam em liberdade. Por outra, o irmão do malogrado lamenta a falta de apoio do governo(ministério do interior), ou seja, a polícia só apareceu um dia após o enterro do seu irmão, os agentes trouxeram  25 kg de arroz, 50 kg de fuba de milho, 15 kg de açúcar, 50 kg de farinha de trigo, 6 cesta de água mineral de 5 litros cada, 1 caixa de óleo (12 litros), 25 kg de feijão e 04 barras de sabão, um gesto que para o jovem Jerónimo não significa um acto de perdão nem tão-pouco o consolidar da justiça.

“O que nós queremos neste momento é a justiça… Queremos que os autores apareçam” , finalizou o jovem 

Ainda na conferência de imprensa, outros familiares dos malogrados  também manifestaram os seus  descontentamentos pelo sucedido e todos clamam por justiça.  O senhor Manuel Adelino, o seu filho tinha 19 anos foi alvejado com uma bala dispersa de arma de fogo, a bala atingiu o ombro esquerdo que morreu poucas horas de pois. O idoso, conta que agora não consegue fazer nada porque o seu filho falecido era o que trazia comida em casa.

“Eu sinto muito..aquele meu filho é que nos ajudava, eu não trabalho, faço biscate… até agora não sei que irei fazer com a minha vida”, finalizou o idoso.

A morte de uma criança de 12 anos marcou também a conferência de imprensa, o avó de forma precisa aproveitou contar como tudo aconteceu. Enrique José, avó do Cristiano (baleado) contou que o seu neto foi baleado quando saia de casa para escola, durante o trajecto ele foi alvejado com três tiros, dois atingiram a cabeça e uma atingiu a cocha.diante desta situação, o senhor Enrique pede a responsabilização dos autores.

Após as declarações dos familiares sobre os acontecimentos, a OMUNGA na pessoa do director executivo João Malavindele apresentou o relatório do assunto fruto dos contactos directos que teve com as famílias, no documento a OMUNGA avança que no total foram 11 (onze) mortos e um (1) ferido gravemente. No relatório, no ponto 5 a OMUNGA recomenda  às instituições competentes  no sentido de atender o clamor das famílias, por outro lado, é do interesse de todos que se apure os factos que levaram a polícia fazer o uso excessivo da força, ao mesmo tempo, responsabilizar criminalmente os agentes envolvidos;

Ainda durante a recolha de mais dados, a  OMUNGA foi informada sobre  a morte de dois agentes da polícia nacional.

João Malavidele avançou que este processo já se deu entrada ao tribunal, mas encontra-se muitos entraves para seguir o seu percurso normal, ou seja, desconfia-se que o processo anda em águas de bacalhau por estar a rolado o comandante municipal do Huambo, por isso, pouca vontade de fazer seguir a investigação.

” Apelamos à PGR que trate esta situação com maior imparcialidade, que não crie dificuldades para que este processo tenha pernas para andar” Finalizou João Malavindele.

 Durante a conferência de imprensa, os jornalistas intervieram sobre estes e outros assuntos.

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