RESUMO DA 7ª EDIÇÃO DO PROGRAMA RADIOFÓNICO “CORRUPÇÃO É CRIME”


TEMA: A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO LABORAL COMO FORMA DE PREVENÇÃO E COMBATE Á CORRUPÇÃO

“A inserção da mulher no trabalho não diminui, nem aumenta o nível de corrupção cá em Angola”, afirmou Cris Bravo Dias.

“A inserção da mulher no trabalho não diminui, nem aumenta o nível de corrupção cá em Angola”. Esta afirmação foi levantada na última edição do programa radiofónico “Corrupção é Crime”, em Benguela, enquanto se discutia sobre a Inserção da Mulher no Mercado Laboral como forma de Prevenção e Combate a Corrupção.

Na opinião da activista social, Cris Dias o facto de a mulher ser inserida no mercado de trabalho não faz com que as pessoas deixem ou continuem a praticar a corrupção. Segundo defende, “isso depende exclusivamente da personalidade e do carácter de cada um”.

A activista, ainda acredita na existência de complexo de superioridade entre os géneros, na sua visão, na nossa sociedade tanto rural como urbana ainda é notório, “quem merece ser formado é o homem, o lugar da mulher é em casa por de trás de um fogão ou de um tanque de roupa por lavar”, por essa razão, defende que enquanto não se mudar o pensamento, “é difícil e complicado termos a inserção da mulher no mercado de trabalho”, lamentou.

Por sua vez, a economista, Jane Kibeka reconheceu ter havido mudanças significativas quanto a inserção da mulher no mercado laboral, “está cada vez mais a absorver a mão-de-obra feminina”, apegando-se na ideia de que nos tempos passados a mulher era limitada quanto a execução de cargos elevadíssimos, “eramos simplesmente domésticas e tínhamos que cuidar da casa e dos homens”.

Lamentando o diminuto espaço que actualmente as mulheres beneficiam, exemplificou, “é só olharmos para o parlamento de 220 temos apenas 65 mulheres ali, mas vamos conquistando pouco a pouco”, frisou a economista.

A LUTA PELA IGUALDADE DE GÉNERO

A economista, Jane Kibeka continuou realçando a respeito dos benefícios dessa nova era, “este empoderamento feminino por um lado dá-nos uma responsabilidade maior na busca de oportunidades, tendo em conta as competências que vamos aferindo cada vez mais”.

Contudo, fez saber que trata-se de um processo que está a ser percorrido e que ainda há muito que se trabalhar para se atingir o auge.

Não esqueceu de referir os desafios que têm vivido diante desta batalha, “por incrível que pareça as mulheres zungueiras e empregadas domésticas ainda sofrem muita descriminação por parte dos homens”, porém, ainda acredita na mudança de um amanhã melhor, “com o passar do tempo creio que vamos conquistar o nosso espaço”.

O EMPREGO

Activista Social, Cris Dias admite ter conhecimento de que muitas verbas foram liberadas para abertura de novos postos de emprego e somente não foram concluídas por ambição dos que administram o orçamento, “muitas verbas já foram dadas para abertura de novos postos de emprego e não só para mulheres como para homens também, não foram concluídos por ganância de muitos e por fome de outros”.

Na sua visão, a mulher encontra-se envolvida no grupo dos que foram injustiçados por ambição de outros. “A mulher angolana sofre maioritariamente por não ter oportunidade de emprego, muitas vezes a situação em que a pessoa se encontra e a crise de valores faz com que o ser humano caia na corrupção”, sublinhou Cris Bravo Dias.

“É importante sabermos que independentemente do cargo que nós estamos a ocupar, é um lugar temporário e a falta de fiscalização, o baixo rendimento dos funcionários, a ambição destemida e a fragilidade das expressões existentes também podem ser factores fundamentais para a corrupção”, destacou a economista, Jane Kibeka.

A MULHER EMPODERADA E OS GRUPOS SOCIAIS DE INFLUÊNCIA

Segundo Jane Kibeca, a mulher emancipada está carregada de valores e princípios que podem servir para o combate à corrupção. Todavia, acredita que é extremamente fundamental olhar para a formação do homem.

No que tange a construção da personalidade dos indivíduos, a economista aponta para as famílias e as igrejas no sentido de não cruzarem os braços, mas continuarem a trabalhar, “as famílias têm um trabalho enorme na formação de um novo ser, as igrejas também vão coadjuvar nos princípios e valores que a pessoa vai adquirindo na sociedade”.

“TEM QUE SER INTEGRO”

Para completar Cris Dias diz que não se pode afirmar literalmente que o facto de termos mulheres na liderança irá prevenir os actos de corrupção, portanto, reconhece que as mulheres tendem a ser mais sensíveis e racionais em relação ao homem, “um pouco pelo espírito materno somos mais gestoras”, em contrapartida, defende, “o poder não define o carácter da pessoa, tem que ser alguém integro se não for, não adiante”, pois, “não vai chegar a lado algum. Tem mesmo a ver com a integridade, carácter e personalidade do ser humano”, concluiu.

Texto: Mandy Assureira

Revisão: Luísa Nambalo

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